Isso tudo realça a fraca assimilação do processo educativo acumulado, mesmo considerando o esforço de pais, professores e educadores estudiosos do assunto. Mesmo assim, não se conseguiu infundir nele, homem deste século, polidez suficiente para que nas comunidades humanas se efetivasse um convívio humano.
As repetições de erros históricos geraram o estado confuso em nos encontramos. No entanto, continuamos elaborando teorias na tentativa de obter um melhor resultado. Essa determinação é elogiável e comprova a esperança que o homem tem em si e no outro.
Não sabemos por que tudo se repete. Ignoramos como se dá, no íntimo da natureza humana, a assimilação do conteúdo ensinado. Não sabemos o que a torna afirmativa e nem o que a torna negativa. Nessa dinâmica, há os que aprendem, e os que não aprendem. Precisamos entender pedagogicamente como isso se processa.
Caso pudéssemos dispor de um instrumento para medir o grau de educação em nós, indistintamente, o resultado seria surpreendente. Tal dispositivo não existe, mesmo porque, homem nenhum se deixará enquadrar numa métrica específica. A natureza humana é complexa, agregando em si virtudes e defeitos, hábitos e costumes, emoções e sentimentos, tudo isso afeta suas ações e reações, produzindo seu resultado.
Educar exige do educador a identificação dos desdobramentos implícitos por essa complexidade. Nos falta método e competência para cuidar de nós mesmos.
Qual a solução? Jean Piaget, autoridade em educação, declara numa célebre frase: “A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe”.
Como se vê, educar não consiste apenas em oferecer um currículo tecnicamente bem elaborado, mas principalmente, permitir a ele, educando, transpor os círculos dos vícios e costumes duvidosos que o aprisionam historicamente.
João Alberto Acunha Tissot, professor de filosofia
Nenhum comentário:
Postar um comentário